Rosana, nossa lateral esquerda
Em março deste ano, ela completou 10 anos de serviços prestados à seleção brasileira, é, portanto, uma das veteranas que defendem a amarelinha há um bom tempo. Rosana toma conta da lateral esquerda da seleção, está reunida com o grupo na Granja Comary se preparando para o Sul Americano que qualifica para as Olimpíadas e nos contou um pouco sobre sua vida e sua carreira.
O caminho pelos clubes
Rosana dos Santos Augusto nasceu em São Paulo no dia 07 de julho de 1982. Mede 1,71 e pesa 67 kg. Atua como lateral esquerda pela seleção brasileira e como meio de campo no Sky Blue F.C. Em 2009 foi campeã da Women’s Professional Soccer, ao vencer o Los Angeles Sol, equipe cuja 10, era a melhor do mundo, Marta.
Como a maioria das meninas que hoje estão em campo, Rosana começou a jogar salão, e foi durante uma partida entre o time de sua escola contra o time da Federação Paulista de Futebol, o SPY F.C., que a canhota chamou a atenção do técnico adversário, que era justamente o atual técnico da seleção, Kleiton Lima. Rosana foi convidada a fazer teste no SPY e se firmou na equipe.
Rosana continuava chamando a atenção e em jogo contra a equipe feminina de salão do São Paulo Futebol Clube, a lateral foi convidada a fazer teste no Tricolor Paulista. Em 1997, aos 14 anos, passou a integrar a equipe do Morumbi e numa seletiva para o time de aspirantes do clube, iniciou sua carreira no futebol de campo. De aspirante a profissional foi um pulo, e logo Rosana já se viu atuando ao lado de feras como Sissi, de quem era fã. Foi campeã Paulista em 1997 e 1999 e campeã Brasileira em 1997 com o clube paulista.
Em 2000 foi para o Corinthians, onde atuou por um ano e em 2002 transferiu-se para o Internacional de Porto Alegre, onde conquistou 2 campeonatos estaduais, em 2002 e 2003, 1 título da Copa Mercosul em 2002 e foi campeã da Copa Rio Grande do Sul em 2003. Inclusive foi pelo Internacional que a atleta fez o jogo mais marcante de sua vida: ” Foi contra o Gremio. Estavamos perdendo por 3 a 0 e conseguimos virar o placar para 4 a 3 faltando 25 minutos para acabar o jogo.”
Campeã da Liga em 2009 com o Sky Blue FC
Rosana atravessou o Atlântico em 2004, para defender o Neulengbach da Áustria e sua passagem pelo clube austríaco foi sensacional, tendo conquistado 4 vezes o título da Liga Austríaca e 4 vezes o título da Copa da Áustria, além de ser eleita a melhor jogadora do país na temporada 04/05 e ter sido artilheira da Liga Nacoinal na temporada de 05/06. Nada mal, não?
Dentro de campo Rosana não encontrou grandes problemas para se adaptar na Áustria. Segundo ela, o mais difícil foi fora dele: “Foi uma mudança brusca, mas me adpatei bem dentro de campo. Fora dele, foi um pouco mais difícil pelo frio e pela cultura diferente.”
Autora do gol da vitória
Em 2009 foi a vez da Liga Norte Americana contar com o futebol de Rosana. A boleira foi contratada pelo Sky Blue FC onde foi campeã da temporada de 2009 e autora do gol da vitória sobre o Los Angeles Sol. Entretanto, por lá, nossa guerreira atua como meia. “Nos EUA foi um pouco mais fácil fora de campo, até por já ter visitado o país inúmeras vezes e conhecer um pouco da cultura deles. Dentro de campo foi um pouco mais difícil, pelo sistema que eles jogam, mas aos poucos fui conseguindo unir isto a minha maneira brasileira de jogar..”
Com a amarelinha no peito
Rosana estreou pela seleção brasileira em 2000, na Copa Ouro, onde o Brasil chegou à final, mas ficou com o segundo lugar da competição. Tem duas medalhas de prata, conquistadas nas Olimpíadas de Atenas em 2004 e na de Pequim, em 2008. Ainda foi medalhista de ouro nos Jogos Panamericanos de santo Domingo em 2003 e no Rio, em 2007. Foi campeã Sulamericana de 2003, vice-campeã Sulamericana de 2007 e vice campeã do Mundial de 2007. Sobre o ambiente na concentração da seleção: ” Não há nada de muito diferente. Tentamos sempre procurar algo para ocupar a mente. No meu caso uso bastante a internet e leio livros. Durante os jogos é que nos divertimos mesmo, mas com responsabilidade. Viagens são sempre cansativas e quando temos a oportunidade, saímos para conhecer a cidade em que estamos.”, conta Rosana.
10 anos de seleção não é pra qualquer uma
Fora de campo
Rosana nos contou que não é comum sair para baladas, já que a responsabilidade e os hábitos de um atleta não permitem festinhas, mas as vezes depois de algum jogo, as brasileiras se juntam para jantar em algum restaurante brasileiro, claro! Como não é de balada, Rosana contou um pouco dos seus gostos: “Adoro escutar música e quanto a isso sou eclética. Gosto de cinema tendo predileção por filmes dramáticos. Gosto de ler romances de drama e livros motivacionais. Também gosto de programas de esportes e novelas e quando tenho tempo, gosto de ir a Nova Iorque passear.”
Como vê o futebol feminino brasileiro
“Acho que o futebol feminino no Brasil deu uma melhorada, mas não como prometido após as expressivas medalhas conquistadas. Acho que vai demorar um bom tempo para sermos tratadas como profissionais, mas acredito que uma hora será inevitável, já que a modalidade está em crescimento no mundo.”
E como já faz parte de nossa prática aqui no FPM, é claro que desejamos toda sorte à nossa lateral esquerda no Sulamericano que iniciará no próximo dia 04 e que nossas guerreiras da seleção conquistem a vaga para as Olimpíadas de Londres. Boa sorte Rosana!
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